Certamente você já ouviu ou pensou sobre isso, certo? Afinal, a liderança é uma competência nata ou pode ser desenvolvida, aprimorada através do auto-conhecimento, treinamentos, coaching, etc.?
Eu sei que este é um assunto muito discutido, mas é sempre interessante parar e pensar sobre isso, principalmente porque há muitas pessoas que acreditam que a liderança é nata e um abraço! Coitado de quem não nasceu com espírito de liderança e agora é alçado ao cargo. Vai sofrer e fazer os outros sofrerem e não há nada que você possa fazer sobre isso. Ponto final! Será?
Eu acredito fortemente que as duas coisas andam juntas, ou seja, todos nascem predispostos ao exercício da liderança, mas alguns têm uma predisposição especial que facilita o desenvolvimento (facilidade de comunicação, negociação, visão estratégica, carisma, etc.) Isso significa que você pode melhorar, mas algumas pessoas sempre vão se destacar mais do que outros no exercício pleno da liderança, por mais esforçado e dedicado que outros sejam.
Pense em um jogador de futebol. Para nós, brasileiros, dois atletas da antiga e da nova geração servem como grandes exemplos: Pelé e Neymar. Ambos os craques diferenciados, goleadores. No entanto, qualquer um dos dois, sem treinamento e preparação específica seria apenas mais um no meio de tantos craques que não alcançaram o mesmo sucesso.
Veja esta informação interessante extraído do livro Competência Organizacional, de Eduardo Soto, onde o autor lida com a questão biológica da liderança:
“É possível que o comportamento do líder esteja nos hormônios do corpo e nos neurotransmissores do cérebro? Embora isso poderia levar o estudo da liderança para fora do laboratório do comportamento e para dentro do laboratório de química, há evidências crescentes que indicam que a liderança tem raízes biológica.
Esta descoberta não é particularmente surpreendente. No entanto, os pesquisadores descobriram que os líderes eficazes possuem uma bioquímica única de hormônios que funde um produto químico do cérebro que ajuda a gerar alianças sociais e enfrentar a tensão.
Duas substâncias químicas – serotonina e testosterona – receberam uma maior atenção. Aumento dos níveis de serotonina parecem melhorar a sociabilidade e controle da agressão. Altos níveis de testosterona aumentam o desejo de competir.
Estudos com macacos mostraram que macacos dominantes – os líderes (seja homem ou mulher) – têm um maior nível de serotonina que os subordinados e, quando o líder é retirado do grupo o novo líder no cargo mostra um aumento significativo nos níveis de serotonina. Os pesquisadores acreditam que altos níveis de serotonina promovem a liderança ao controlar os impulsos agressivos e anti-sociais, e também ao reduzir a reação exagerada a tensão menores ou irrelevantes. A razão, contudo, não é clara sobre por que os níveis altos de serotonina poderiam estimular a liderança e/ou a liderança poderia dar como resultado um incremento da serotonina.”
Resumindo: não basta ter competência, é preciso desenvolvê-la adequadamente.